STX desenvolve três hotéis em São Paulo e estuda mixed-use

Empreendimentos terão bandeiras Ibis e Days Inn. Um será inaugurado agora no segundo semestre e outros dois, em 2022.

21 de maio de 2019Mercado Imobiliário

A STX Desenvolvimento Imobiliário está desenvolvendo três novos empreendimentos hoteleiros na cidade de São Paulo. Um, em fase final de construção, será inaugurado no segundo semestre deste ano e os outros dois, hoje em etapa de pré-lançamento, devem ser entregues até 2022. Os investimentos em cada um deles é estimado na casa de R$ 70 milhões, segundo Marcelo Conde, CEO da empresa.

O hotel em fase final, situado no centro paulistano, será um Ibis Styles. Os outros dois serão um Days Inn no bairro de Perdizes, próximo ao Allianz Parque, e um Ibis na rua dos Pinheiros, em Pinheiros. O modelo de financiamento é o de condo-hotel.


O Ibis Styles, em fase final de desenvolvimento no centro paulistano | Crédito: divulgação.

A STX estuda também outros projetos em solo paulistano, tanto hoteleiros quanto de uso misto, com foco em resultados de médio e longo prazos. "O mercado de São Paulo já se recuperou em termos de ocupação. Agora falta retomada em diária, o que, claro, só vai acontecer com um crescimento econômico mais forte", diz Conde, que conversou com o GRI Hub após participar do GRI Hotéis Brasil 2019.  "Sabemos que estamos plantando para colher daqui a alguns anos. Estamos confiantes nas nossas operações porque trabalhamos em um médio prazo."

Resort integrado

Marcelo Conde se mostra um entusiasta dos resorts integrados e defende veementemente sua implementação no Brasil. O modelo consiste na criação de megacomplexos turísticos, com altíssimos investimentos, que unem hospedagem, centro de convenções, shopping, cassino, restaurantes e outros serviços que estimulam a atração e a extensão da permanência.

"Trata-se de uma pedra angular da parte turística. O Brasil não é receptor [de turistas]. O brasileiro viaja pouco pelo País e recebemos poucos estrangeiros. Tivemos já Copa e Olimpíada e isso não se reverteu. Uma forma de promover uma reversão forte está no resort integrado. Com ele, se passa a ter um volume enorme de dinheiro circulando no setor turístico", justifica.

Na visão do empresário, o País poderia ter cerca de cinco cassinos integrados, de forma planejada, o que envolveria garantir exclusividade de atuação no entorno. "Há alguns grupos do mundo que têm condição de fazer um investimento único de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões, mas é claro que é preciso dar a eles um raio de proteção. Não se pode colocar um competidor do lado", insta.

Para esse tipo de empreendimento existir no Brasil, faltam passos legais, inclusive a legalização dos jogos de azar, matéria que tramita no Congresso há anos. O projeto mais recente (PL 530/2019), de autoria do deputado Paulo Azi (DEM-BA), que dispõe especificamente sobre a exploração de jogos de fortuna em cassinos resorts no território nacional, foi apensado ao PL-4062/2012 em fevereiro e se encontra na Comissão de Coordenações Permanentes (CCP).

Vários países já aderiram ao modelo, com cases de sucesso. Destaca-se nesse sentido o Marina Bay Sands, em Singapura. Em operação desde abril de 2010 soma, entre outros elementos, mais de 2500 luxuosos quartos, 1,3 milhões de metros quadrados de espaços flexíveis de convenções e feiras de negócios, 8 mil metros quadrados ocupados por varejo, 80 restaurantes, museu e cassino. A companhia Marina Bay Sands Pte. Ltd. (uma subsidiária da Las Vegas Sand Corp.) venceu o leilão para o desenvolvimento do resort integrado em maio de 2006 e a construção foi iniciada em 2007. O investimento no projeto foi estimado em US$ 5,6 bilhões, com design ambicioso do renomado arquiteto Moshe Safdie.


Visão aéra da propriedade do resort integrado Marina Bay Sands, em Singapura. Um dos exemplos mais bem sucedidos do modelo de resort integrado no mundo. /Crédito: Divulgação Marina Bay Sands.