ESG de fato: por que a Retha Imóveis é modelo no setor logístico

Construção mais limpa, operação moderna e preocupação social colocam a empresa em destaque

8 de dezembro de 2021Mercado Imobiliário

Desde que as grandes companhias entenderam a importância do cumprimento de claras diretrizes ambientais, sociais e de governança, mais conhecidas pela sigla em inglês ESG, o assunto virou lugar comum nas conversas de mercado. Mas que tipos de ações realmente colocam em prática este discurso? 

Um ótimo exemplo está no Brasil, mais precisamente no setor de galpões industriais e logísticos, ramo de atuação da Retha Imóveis. Em entrevista concedida ao GRI Club, o diretor da companhia, Marino Mário da Silva, destaca que quando a sustentabilidade passou a ser pauta nos debates entre executivos, a Retha já tinha uma experiência de mais de dez anos no tema. 

“Nós implementamos práticas ESG tanto na parte construtiva quanto operacional dos empreendimentos, o que obviamente não era uma prioridade dos concorrentes porque há um diferencial no custo de obra, um fator que pesa para quem busca retorno imediato, mas que ao longo do tempo não tem muita relevância”, argumenta o executivo.

Construção e operação sustentáveis

Os projetos desenvolvidos pela Retha são pré-fabricados, isto é, feitos em ambiente industrial controlado para depois haver a montagem dos componentes no canteiro de obra. Segundo Silva, as estruturas têm menos de 5% de alumínio, material nocivo para o meio ambiente tanto pelo processo de extração da bauxita quanto por sua transformação, que consome muita energia. 

“A gente usa cimento, que é basicamente extraído de calcário - inclusive as telhas também são de concreto -, e praticamente não utilizamos madeira porque as formas são de aço, então o impacto ambiental da construção é bastante reduzido”. 

Os galpões também dispensam a utilização de tinta - grande emissora de gás carbônico em sua produção - porque o concreto é aparente. A lavagem das paredes é realizada com água de reuso captada das chuvas, armazenada em cisternas e encaminhada para uma torre elevada. 

Por gravidade, a água pluvial abastece os mictórios e vasos sanitários dos banheiros e vestiários. O mesmo vale para as torneiras e mangueiras que regam os jardins. A água potável somente é utilizada nos bebedouros, nas pias e nos chuveiros.

Com ABL de 251 mil metros quadrados, novo centro logístico em Cajamar terá obras iniciadas em 2022. Foto: Divulgação/Retha Imóveis

Os empreendimentos desenvolvidos pela companhia também contam com estações de tratamento de esgoto para até dez mil pessoas, cujo direcionamento ocorre principalmente por gravidade, reduzindo o consumo energético.

O esgoto é tratado através de bactérias, eliminando a necessidade de aplicar produtos químicos e permitindo a devolução da água à natureza - após aplicação de cloro na última etapa - sem que sejam necessárias valas de infiltração. “Somos a única empresa no estado de São Paulo que consegue fazer isso”, ressalta o diretor da Retha.

Por fim, os projetos desenhados pela companhia são movidos por energia fotovoltaica. No Icon Realty Cajamar I, por exemplo, foram instalados 4,2 mil painéis solares, possibilitando um menor custo para os inquilinos e a geração de crédito para o condomínio quando a energia excedente é direcionada para a rede. 

São pelo menos quatro centros logísticos em operação com todas essas características, além de outros dois projetos em andamento: Icon Realty Cajamar II - com 251 mil metros quadrados de ABL e previsão de entrega em 2026 - e Icon Realty Itaquera, com vocação para o last mile e ABL de 10 mil metros quadrados. 

Compromisso social

Em alguns condomínios, a Retha tem parceria com a Yougreen Cooperativa para a triagem de resíduos rumo à reciclagem, iniciativa que gera emprego e renda para os cooperados. “Fizemos a primeira parceria há três anos e tem funcionado muito bem. De todo o resíduo produzido, em média apenas 10% tem como destino os aterros sanitários”, conta Silva.

Até mesmo as sobras de alimento são aproveitadas. “Como a maioria dos condomínios têm restaurantes, a gente criou um sistema de compostagem onde o produto orgânico é aterrado e dentro de alguns meses se torna adubo para ser utilizado em nossos próprios jardins”, acrescenta o executivo.

“Uma coisa é você construir um projeto sustentável, outra coisa é fazer a operação de modo sustentável e se alinhar com os condôminos para que eles tenham uma preocupação com o lixo, então a gente conseguiu - com essa cooperativa, que tem um trabalho muito bacana - gerar empregos para os cooperados que trabalham na triagem”. 

Sustentabilidade gera mais ganhos ao proprietário?

Segundo o diretor da Retha, o preço cobrado pelo metro quadrado ainda não consegue ser maior exclusivamente em razão da sustentabilidade, mas há um ganho de velocidade na locação dos galpões, bem como uma fidelização facilitada. “Nossos inquilinos dificilmente vão querer migrar para um concorrente”, afirma. 

Espace Center Lapa está 100% alugado e tem fila de espera. Foto: Divulgação/Retha Imóveis

O argumento tem lógica: com todos os diferenciais na operação, o custo para os clientes sofre uma redução importante. No condomínio Espace Center Lapa, que está 100% ocupado, há fila de espera para novos inquilinos. A última locação foi fechada a R$ 34,50 o metro quadrado. 

Já o Icon Realty Cajamar I foi totalmente alugado antes mesmo de ficar pronto e, segundo a Retha Imóveis, todos os ativos próximos da cidade de São Paulo estão 100% ocupados. Considerando os 27 empreendimentos administrados pela empresa, a taxa média de vacância é de 10%, com maior disponibilidade em galpões distantes mais de 100 km da capital paulista.

Por Henrique Cisman