EXCLUSIVO: IWG avança sobre operações inadimplentes da WeWork
Country manager da IWG no Brasil afirma que o mercado de coworkings vive bom momento, apesar da crise na concorrente
14 de agosto de 2024Mercado Imobiliário
Por Henrique Cisman
Em novembro de 2023, a WeWork realizou pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, nos termos do Chapter 11 da Lei de Falências americana. Na época, a liderança da empresa na América Latina afirmou que o processo aberto nos EUA não teria qualquer impacto na operação da WeWork Latam.
Dez meses depois, a empresa de coworking sofre um dos seus maiores reveses no Brasil: uma ordem de despejo por falta de pagamento dos aluguéis pela ocupação do edifício Comolatti, em São Paulo. A dívida supera os R$ 4 milhões para a Stan, proprietária do imóvel. Segundo a decisão da juíza Luciana de Oliveira, da 22ª Vara Cível, a WeWork tem 15 dias para desocupar o prédio ou quitar o débito, que com os acréscimos chega a R$ 4,6 milhões.
Conforme noticiado pela Bloomberg Línea no início de julho, a inadimplência também ocorreu em pelo menos outros quatro contratos em São Paulo, atingindo os fundos imobiliários Vinci Offices (VINO11), Santander Renda de Aluguéis (SARE11), Torre Norte (TRNT11) e Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11).
Uma das principais concorrentes da WeWork, a IWG - que opera as marcas Regus, Spaces e HQ no Brasil - tem conversas em andamento com pelo menos dez proprietários de prédios corporativos atualmente locados para a empresa americana, conforme informação obtida com exclusividade pelo GRI Club. Os detalhes não foram revelados, pois as discussões são privadas.
Há cerca de dois meses, a IWG assumiu a operação de quatro andares de coworking no edifício Vita Corá, desenvolvido pela Vitacon e situado na região de Alto de Pinheiros, em São Paulo - operação que, até então, era realizada pela WeWork. Neste caso, o contrato tinha cláusulas de desempenho que facilitaram a troca do operador sem a necessidade do proprietário recorrer à Justiça, segundo explica Tiago Alves, country manager da IWG no Brasil.
O executivo destaca que a situação do mercado de coworkings é positiva no Brasil e no mundo, conforme indicam os resultados mais recentes publicados pela IWG, referentes ao primeiro semestre. O grupo reportou receita recorde de 2,1 bilhões de dólares e um crescimento de 13% do EBITDA, para $274 milhões. No período, foram assinados 387 novos contratos e realizadas 247 aberturas de novos espaços.
A empresa não divulga informações específicas sobre cada mercado em que opera, como o Brasil, mas Alves conta que foram assinados 12 novos contratos no país desde janeiro, e há pelo menos mais uma dezena em negociação.
"Muitos proprietários estão abrindo conversas com a gente devido à reputação de solidez financeira e operacional da IWG. Optamos por um modelo de negócio sustentável, evitando subsídios excessivos".
Em nota enviada ao GRI Club, a WeWork afirma desconhecer qualquer notificação de despejo. "A empresa segue operando em sua totalidade em todos os prédios no Brasil. Nossas ações temporárias têm o objetivo de acelerar as conversas para chegar a resoluções que sejam do melhor interesse de todo o nosso ecossistema, mutuamente benéficas e que estejam mais bem alinhadas com as condições atuais do mercado. Nossos membros continuam sendo nossa principal prioridade e a negociação em andamento não altera nosso compromisso de prestar o excelente serviço que eles esperam."
Em novembro de 2023, a WeWork realizou pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, nos termos do Chapter 11 da Lei de Falências americana. Na época, a liderança da empresa na América Latina afirmou que o processo aberto nos EUA não teria qualquer impacto na operação da WeWork Latam.
Dez meses depois, a empresa de coworking sofre um dos seus maiores reveses no Brasil: uma ordem de despejo por falta de pagamento dos aluguéis pela ocupação do edifício Comolatti, em São Paulo. A dívida supera os R$ 4 milhões para a Stan, proprietária do imóvel. Segundo a decisão da juíza Luciana de Oliveira, da 22ª Vara Cível, a WeWork tem 15 dias para desocupar o prédio ou quitar o débito, que com os acréscimos chega a R$ 4,6 milhões.
Conforme noticiado pela Bloomberg Línea no início de julho, a inadimplência também ocorreu em pelo menos outros quatro contratos em São Paulo, atingindo os fundos imobiliários Vinci Offices (VINO11), Santander Renda de Aluguéis (SARE11), Torre Norte (TRNT11) e Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11).
Uma das principais concorrentes da WeWork, a IWG - que opera as marcas Regus, Spaces e HQ no Brasil - tem conversas em andamento com pelo menos dez proprietários de prédios corporativos atualmente locados para a empresa americana, conforme informação obtida com exclusividade pelo GRI Club. Os detalhes não foram revelados, pois as discussões são privadas.
Há cerca de dois meses, a IWG assumiu a operação de quatro andares de coworking no edifício Vita Corá, desenvolvido pela Vitacon e situado na região de Alto de Pinheiros, em São Paulo - operação que, até então, era realizada pela WeWork. Neste caso, o contrato tinha cláusulas de desempenho que facilitaram a troca do operador sem a necessidade do proprietário recorrer à Justiça, segundo explica Tiago Alves, country manager da IWG no Brasil.
O executivo destaca que a situação do mercado de coworkings é positiva no Brasil e no mundo, conforme indicam os resultados mais recentes publicados pela IWG, referentes ao primeiro semestre. O grupo reportou receita recorde de 2,1 bilhões de dólares e um crescimento de 13% do EBITDA, para $274 milhões. No período, foram assinados 387 novos contratos e realizadas 247 aberturas de novos espaços.
A empresa não divulga informações específicas sobre cada mercado em que opera, como o Brasil, mas Alves conta que foram assinados 12 novos contratos no país desde janeiro, e há pelo menos mais uma dezena em negociação.
"Muitos proprietários estão abrindo conversas com a gente devido à reputação de solidez financeira e operacional da IWG. Optamos por um modelo de negócio sustentável, evitando subsídios excessivos".
Em nota enviada ao GRI Club, a WeWork afirma desconhecer qualquer notificação de despejo. "A empresa segue operando em sua totalidade em todos os prédios no Brasil. Nossas ações temporárias têm o objetivo de acelerar as conversas para chegar a resoluções que sejam do melhor interesse de todo o nosso ecossistema, mutuamente benéficas e que estejam mais bem alinhadas com as condições atuais do mercado. Nossos membros continuam sendo nossa principal prioridade e a negociação em andamento não altera nosso compromisso de prestar o excelente serviço que eles esperam."