Exclusivo: Retha Real Estate quer se aproximar da Faria Lima

Consolidada na gestão de ativos industriais e logísticos, empresa busca expansão em pesquisa e transações imobiliárias

6 de outubro de 2023Mercado Imobiliário
Por Júlia Ribeiro, sob supervisão de Henrique Cisman

No ramo imobiliário industrial e logístico desde 1996, a Retha Real Estate está dando um importante passo e decidiu investir em uma nova estrutura com ênfase na inteligência de mercado. Essa transição é liderada pelo CEO & Partner, Abiner Oliveira, executivo com uma sólida experiência no mercado imobiliário, ex-diretor comercial da Colliers. 

Ele revelou, em entrevista exclusiva para o GRI Club, os planos para potencializar as operações e expandir as verticais de negócios da Retha Real Estate. A empresa tem como objetivo não apenas consolidar sua posição no mercado de property management e asset, mas também se tornar referência em inteligência de mercado e intermediação de transações de venda e locação nos próximos 3 a 5 anos, com investimento em tecnologia. 

Essas verticais incluem a representação de proprietários e inquilinos, bem como uma área de capital markets com estrutura voltada ao mercado financeiro para competir com as maiores casas atuantes no setor, acessando grandes gestoras que transitam na Faria Lima.

“Nossa ideia é também se posicionar em transações de ativos industriais e logísticos. Queremos ter um market share em locações que navegue entre 20%-30% nos próximos 3 anos, e em capital markets a meta é atingir um volume de transações que fique entre R$ 400 e R$ 600 milhões já nos próximos 12 meses, podendo superar a casa de R$ 1 bilhão”, revela Oliveira.
 
(Reprodução/LinkedIn)

Atualmente, a Retha Imóveis gere cerca de 2,5 milhões de metros quadrados em ativos, com um valor de mercado na casa de R$7 bilhões, e um portfólio de 161 inquilinos. O grupo ainda conta com um braço dedicado à engenharia, a Engeretha, que atua na estruturação de desenvolvimento de novos condomínios logísticos.

“Temos um olhar 360 graus, que inclui estudos de viabilidade físico-financeira, assessoria para aprovação do projeto, construção do galpão, apoio na comercialização, gestão da propriedade e até uma eventual venda estruturada”.

O CEO da Retha enfatiza que os números da empresa são bem mais expressivos do que a percepção do mercado sugere e que a Retha Real Estate pretende adotar uma abordagem mais ativa na exposição de seus negócios para destravar seu potencial.

“Ano passado, conduzimos 39 negociações em galpões, a grande maioria delas fora de condomínios, que no geral são aqueles que não têm um monitoramento e não participam dos relatórios do mercado chamado Triple A. Somados, foram 266 mil metros quadrados transacionados, com um custo médio de R$ 20 por metro quadrado, e contratos de 60 meses. São R$ 320 milhões em contratos de locação, áreas de 11-12 mil m² no máximo”.

Segundo Oliveira, a nova estratégia consiste em oferecer inteligência de mercado como fundamento para a tomada de decisão dos investidores que a Retha almeja acessar.

Para ele, um dos pontos-chave que tornará essa abordagem única é a estreita proximidade com os clientes, já que a estrutura da empresa permite o trato direto com os sócios, com a capacidade de tomar decisões estratégicas com muito mais velocidade.

“Conseguimos atender todo o ciclo de forma muito eficiente, devido à internalização de toda a estrutura, o que proporciona uma grande velocidade e confiança. Muitos dos clientes estão há muito tempo na casa. Nossa intenção agora é demonstrar todas essas soluções e todo o potencial que a empresa possui, e estou encarregado de liderar essa iniciativa”.

Para se consolidar nacionalmente, a Retha Real Estate está prestes a abrir escritórios nos principais mercados, com especial atenção ao nordeste e interior de São Paulo, mantendo a sede em São Paulo, na Granja Viana. Segundo Oliveira, a empresa também estuda abrir um novo escritório na própria Faria Lima, a fim de facilitar as reuniões.
 
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