Executivas apontam tendências de investimentos imobiliários no Brasil em 2022

Residencial e logística são os setores mais atrativos no momento

5 de abril de 2022Mercado Imobiliário
A terceira reunião do comitê Women in Real Estate Brazil, realizada em 29 de março, refletiu o panorama dos investimentos imobiliários ao longo do ano no país, segundo as estratégias de quatro grandes companhias: Autonomy Investimentos, Cadillac Fairview, Canada Pension Plan Investments (CPPIB) e GTIS Partners

A moderação do encontro foi realizada por Celina Antunes, CEO da Cushman & Wakefield na América do Sul, com as participações das convidadas Cintia Guimarães (Cadillac), Fernanda Fontes (Autonomy), Marcela Drigo (CPPIB) e Maristella Diniz (GTIS), além de outras 40 executivas com atuação no setor. 

Da esquerda para a direita: Maristella Diniz, Fernanda Fontes, Celina Antunes, Marcela Drigo e Cintia Guimarães. Foto: Ricardo Baccarin/GRI Club

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De acordo com as participantes, o setor industrial e logístico permanece bastante atrativo e deve desempenhar bem mais uma vez, com boas oportunidades para novos projetos, principalmente nas proximidades de São Paulo - e até mesmo dentro da capital paulista, em centros de distribuição menores (last mile).

O segmento residencial é outro favorito para receber investimentos ao longo do ano, apesar da pressão ocasionada pelos altos custos de construção. Enquanto algumas companhias voltam seus esforços para projetos de renda em bairros nobres, outras continuam acreditando na venda de unidades econômicas (HIS), dado o enorme déficit habitacional, ou seja, há oportunidades em todos os nichos. 

Nos escritórios, enxerga-se uma boa recuperação das locações, mas os preços ainda não reagiram. A leitura é que o momento é de alto risco para novos projetos e requer paciência nas aquisições. Uma tendência é que, com menos liquidez no setor, haja melhores condições de negociação, abrindo oportunidades de compra. 

Os shoppings já apresentam números melhores do que no período pré-pandemia, mas ainda é cedo para expandir o portfólio no segmento, segundo as executivas. Destacou-se a maior resiliência dos ativos brasileiros em relação aos europeus e norte-americanos por uma questão cultural. 

Executivas conversam antes da reunião começar. Foto: Ricardo Baccarin/GRI Club

Há menos interesse pela hotelaria e, mesmo nestes casos, a procura é pontual. A tendência, portanto, é vender ativos. Apesar do aumento nas taxas de ocupação, os valores das diárias ainda estão muito aquém de 2019, com exceção de hotéis de luxo. A boa notícia é que o turismo de negócios começa a voltar com mais força conforme cresce a quantidade de eventos e viagens corporativas.

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No radar das companhias estão algumas novas alternativas de investimento, como data centers, hospitais e centros de saúde, além do já mencionado residencial para renda. Embora incipientes, são setores nos quais já existem projetos e transações em andamento, com uma tendência de crescimento expressivo daqui para frente. 

No campo dos desafios, destaque para a inflação elevada combinada com o baixo crescimento do PIB (estagflação), dificuldade de aplicar os reajustes contratuais e lentidão dos órgãos responsáveis pela aprovação de projetos: “O Ministério Público faz jogo duro e os técnicos da prefeitura não querem assinar”, disse uma participante em relação a esse último aspecto. 

Mesmo assim, a avaliação é que o Brasil ficou mais atrativo para o investidor estrangeiro nos últimos anos tanto pela desvalorização cambial - que torna o país um alvo barato - quanto pela solidez das instituições e da democracia, um fator essencial na tomada de decisão dos investimentos. 


Mesa do brunch e dos vinhos oferecidos pelo GRI Club em parceria com a Rosé Piscine. Foto: Ricardo Baccarin/GRI Club

A reunião foi encerrada com um brunch acompanhado de um coquetel com vinhos da marca Rosé Piscine e a entrega de doces da Petite Fleur Patisserie. 

Por Henrique Cisman