Incorporadoras apostam no alto padrão em Porto Alegre

Capital gaúcha vive processo de descentralização da oferta no segmento

6 de julho de 2022Mercado Imobiliário
As principais empresas atuantes no mercado habitacional do Rio Grande do Sul se reuniram no fórum promovido pelo GRI Club, no último dia 23, em parceria com o Sinduscon/RS, representado pelo presidente, Cláudio Teitelbaum, para debater os vetores da expansão de loteamentos e projetos verticais no estado. 

A reunião contou com uma apresentação realizada pelo sócio da Brain Inteligência Estratégica, Guilherme Werner, levando dados do mercado imobiliário local. No acumulado em 12 meses, foram lançados 4,8 mil apartamentos em Porto Alegre, uma queda de 27% frente ao período anterior, mas as vendas continuaram crescendo, totalizando 6,4 mil unidades. 

“Diferente de outras cidades que já acomodaram o delta entre lançamentos e vendas, Porto Alegre ainda passa por um processo de enxugamento do estoque”, explica Werner. Com base na média de vendas atual, a oferta final disponível na capital gaúcha seria escoada em 12,8 meses, o segundo menor patamar desde o início da pandemia. 

Cadastre-se na newsletter de mercado imobiliário do GRI Club e receba 1x por semana as principais notícias do setor no Brasil

O preço médio do metro quadrado em novos apartamentos subiu 4% entre o último trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022, para uma média de R$ 11,4 mil. “É o maior preço médio dentre as capitais do sul, e considerando todas as cidades da região, só perde para Balneário Camboriú”, diz o sócio da Brain.

Em um contexto de aumento no custo da construção e perda de renda dos consumidores, incorporadoras como Cyrela, ECL Participações, Ivo Rizzo, Melnick Even e Multiplan têm voltado seus esforços para o desenvolvimento de projetos de alto padrão, conforme apontaram os executivos presentes no fórum. 

Vale ressaltar que Porto Alegre é a capital mais verticalizada do país: 44% dos imóveis residenciais são apartamentos. “Naturalmente, isso gera uma pressão sobre os preços, pois há uma escassez de terrenos. Outro fator é o baixo potencial construtivo permitido na cidade”, completa Werner. Do início de 2021 para cá, a valorização se aproxima dos 15%. 

No primeiro trimestre, o ticket médio foi de R$ 776 mil, alta de 3,5% frente ao final do ano passado. “Nós atuamos em todos os segmentos de renda, mas no momento só estamos fazendo alto padrão, porque para nós a conta do econômico não fecha mais”, disse o CEO de uma grande incorporadora com projetos na cidade. 

Membership PT

O apetite pela alta renda tem resultado em um espraiamento da oferta na capital, que antes estava concentrada nos bairros Moinhos de Vento e Bela Vista. “Vemos esse movimento por parte dos players. Parque Germânia, Camino, o próprio Cais Mauá, são regiões que começam a ter produtos”, diz Werner. 

Em relação aos loteamentos, há um protagonismo maior dos condomínios fechados na região metropolitana, em cidades como Gravataí, Nova Santa Rita, Viamão e Cachoeirinha, com um preço médio de R$ 1.023 por metro quadrado. 

Conheça mais sobre o GRI Club

 

Por Henrique Cisman