Rio de Janeiro: mercado residencial aquece, mas escritórios ainda preocupam

Apesar dos entraves persistentes, incentivos ao setor impulsionam retomada e aquecem debates no Comitê do Rio do GRI Club

4 de fevereiro de 2025Mercado Imobiliário
Por Júlia Ribeiro

O mercado imobiliário do Rio de Janeiro vive um contraste evidente: enquanto o segmento residencial mantém um ritmo acelerado de crescimento, impulsionado por programas de revitalização e alta demanda, o setor comercial enfrenta desafios, marcados por elevada vacância e baixa procura por espaços corporativos.

Esse panorama é traçado por players do setor que atuam na capital fluminense e participam do Comitê Imobiliário do Rio de Janeiro do GRI Club.

Cláudio Martins, superintendente executivo de Habitação na Caixa Econômica Federal, está otimista em relação a 2025. Ele destaca o sucesso de iniciativas como o programa Reviver Centro e a revitalização do Porto Maravilha, que vêm atraindo novos moradores e investidores.

“Os empreendimentos na Zona Sul e na Barra da Tijuca seguem cobiçados pelas classes média e alta. Os lançamentos de apartamentos de um e dois quartos apresentam alta liquidez e velocidade de venda, refletindo a forte demanda e o elevado preço por metro quadrado nesses segmentos”, afirma.

Para Daniel Tencer, superintendente executivo da BSP Empreendimentos Imobiliários, esse aquecimento não se reflete em todas as classes de ativos. “São momentos opostos. O mercado comercial enfrenta um período desafiador, com baixa demanda, estoque qualificado e uma vacância expressiva”, observa.
 
Líderes do comitê do Rio de Janeiro reunidos para debater o setor corporativo (Crédito: GRI Club)

Outro ponto crítico para o mercado local é o fluxo nos processos de licenciamento e autorização para início de obras. Segundo Martins, a agilidade nesses fluxos torna-se ainda mais essencial em um cenário de custo elevado do capital, impactando diretamente o orçamento dos projetos.

Ele também defende a necessidade de uma diversificação das fontes de financiamento para reduzir a dependência da Caixa Econômica Federal no crédito imobiliário, especialmente em um contexto de juros altos para produção e aquisição de imóveis.

“A recente alteração legislativa que isentou o ITBI para novas produções na região do Porto Maravilha, assim como a possível criação de um fast-track para o licenciamento de empreendimentos habitacionais, são exemplos de avanços que podem beneficiar todo o setor”, conclui.

Agir é essencial

Diante dessas barreiras, a articulação entre o setor privado e os entes públicos é vista como uma oportunidade para acelerar soluções. O Comitê Imobiliário do Rio de Janeiro do GRI Club se posiciona como um ponto de encontro estratégico para lideranças do setor, promovendo um espaço qualificado para discussões e conexões que viabilizam investimentos e impulsionam o apetite pelo mercado fluminense.

O comitê é liderado por alguns dos principais investidores e desenvolvedores do setor no Rio de Janeiro, incluindo Cláudio Hermolin (presidente do Sinduscon-RJ), Marcelo Haddad (presidente da Aliança Centro-Rio), Marcos Saceanu (presidente da PIIMO) e Renato Leite (COO da Performance Empreendimentos Imobiliários). No entanto, suas reuniões são abertas a todos os membros do GRI Club.

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