Sancionado: Parque da Gávea terá espaço público e edifícios de uso misto
Projeto da STX com a TGB dará solução para terreno abandonado na Zona Sul do RJ
Aprovada duas semanas antes pela Câmara Municipal, a lei que cria o Parque Sustentável da Gávea foi sancionada no último dia 1º de julho pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. O terreno de 25 mil metros quadrados na Rua Marquês São Vicente receberá um projeto das empresas STX e TGB, em parceria com a administração da cidade.
Segundo Marcelo Conde, proprietário da STX, o espaço abrigava uma antiga fábrica de remédios do Laboratório Moura Brasil que funcionou até o início da década de 1980. Localizado na Zona Sul da cidade, o terreno ainda contém o esqueleto do prédio industrial e permanece abandonado desde então.
Ruínas da fábrica que dará lugar ao Parque Sustentável da Gávea. Crédito: Divulgação/STX
"É um ativo polêmico, para o qual foram feitas diversas propostas, como o retrofit das instalações da fábrica, a construção de um hospital e de um supermercado. Com o tempo, foi proibido usar o terreno em sua profundidade em função da preservação da mata que existe ao fundo e do caráter residencial da região. Também houve a tentativa de desapropriação pelo poder público municipal, sem sucesso", diz.
Raphael Espírito Santo, sócio do Veirano Advogados, lembra que o bairro da Gávea conta com uma associação de moradores muito ativa, que atuou contra a construção de uma franquia dos supermercados Mundial, em 2014. Esta foi a última tentativa de incorporação antes da criação do Parque Sustentável da Gávea, sendo que os atuais investidores compraram o terreno justamente da rede do ramo alimentício.
"O atual projeto mostra um alinhamento dos empreendedores, da sociedade civil e da administração municipal. O desafio jurídico era aprovar uma lei que congregasse todos estes interesses, o que se fez possível através da permissão para exploração privada, mas aliada à criação de um espaço público, com benefícios para a cidade e para os moradores do entorno", afirma o advogado.
Visão superior do Parque Sustentável da Gávea. Crédito: Divulgação/STX
Conde lembra que o local contará com uma alameda arborizada, uma praça e uma pista de caminhada para uso público, espaços que permanecerão abertos dez horas por dia, seis dias por semana. No final do terreno, será mantida a mata preservada, mas com acesso restrito. "O projeto não tem custo para o município", declara o representante da STX.
Como contrapartida, a iniciativa privada poderá explorar as laterais do terreno, nas quais serão construídos dois prédios de quatro pavimentos (12 metros de altura) com fachada ativa. Segundo Conde, além das lojas no térreo, os edifícios contarão com aproximadamente 200 unidades residenciais, entre studios e apartamentos com dois ou três dormitórios, e cerca de 50 salas comerciais.
Projeto terá uma alameda arborizada com lojas nas laterais. Crédito: Divulgação/STX
"Estamos a aproximadamente 500 metros da PUC do Rio de Janeiro, que é uma área com muita atividade. Podemos ter estudantes morando e usufruindo do local. A universidade, inclusive, pode vir a ter um espaço no empreendimento para realizar atividades diferentes", assegura o executivo.
O foco dos empresários é a venda dos imóveis, seja para moradores ou para investidores com foco no mercado de renda. "Outro player do setor imobiliário pode se interessar pela aquisição de uma parte das unidades residenciais ou dos espaços comerciais para explorar a locação", acrescenta Conde.
O executivo revela ainda que o projeto de uso misto deve ter VGV (valor geral de venda) próximo a R$ 330 milhões, sendo que o ticket dos apartamentos partirá da faixa dos R$ 700 mil. O condomínio será responsável pelo controle, a segurança e a fiscalização do Parque Sustentável da Gávea.
Por fim, o proprietário da STX garante que as obras devem começar daqui a um ano, com a demolição do laboratório, e enaltece o apoio da prefeitura carioca. "Fomos beneficiados pela a corrente positiva da administração municipal, que também trabalha em projetos como o Reviver Centro. Será um empreendimento emblemático", conclui Marcelo Conde.
Por Daniel Caravetti