Shoppings mantêm crescimento e empresas melhoram indicadores

Abrasce estima recorde de faturamento do setor em 2023

5 de junho de 2023Mercado Imobiliário
Por Henrique Cisman 

Os resultados operacionais do primeiro trimestre mostram que os shopping centers continuam crescendo em ritmo acelerado no Brasil, superando com folga os indicadores pré-pandemia (2019). 

A área de Conteúdo do GRI Club analisou os balanços das três maiores empresas que investem e administram shoppings no país - Aliansce Sonae, Iguatemi e Multiplan, e traz nesta reportagem um panorama do segmento na atualidade. 

Vendas recordes

A Aliansce Sonae - também proprietária do portfólio da brMalls desde a fusão das empresas - registrou R$ 8,6 bilhões em vendas nas lojas de seus empreendimentos, alta de 16,2% frente ao mesmo período do ano passado. Os destaques foram os shoppings Bahia (BA), Tamboré (SP), Curitiba (PR), Passeio das Águas (GO) e Leblon (RJ), todos com variação acima dos 24% vis a vis. 

O Iguatemi obteve seu recorde em vendas totais no primeiro trimestre, somando R$ 3,9 bilhões, alta de 16,8% na comparação anual. A companhia destaca o bom desempenho apesar dos “ventos negativos da economia” no período - 12 dos 16 shoppings do Iguatemi tiveram vendas pelo menos 15% maiores do que no 1T22. 

A Multiplan também alcançou um crescimento de dois dígitos nas vendas (16%), totalizando R$ 4,6 bilhões. Frente a 2019, portanto antes da pandemia, o salto é de 31,4%, e na comparação com o primeiro trimestre de 2021 - momento de maior baixa no setor, com o fechamento das lojas físicas - o resultado é 74,8% superior. 
 

Vendas

1T2023

Variação x 1T2022

Aliansce Sonae

R$ 8,6 bilhões

+16,2%

Iguatemi

R$ 3,9 bilhões

+16,8%

Multiplan

R$ 4,6 bilhões

+16%


A Associação Brasileira de Shopping Centers projeta um aumento de 14,6% nas vendas dos lojistas em 2023, frente ao ano passado, na média dos 628 empreendimentos mapeados. Caso se confirme, a projeção aponta para um recorde de faturamento no setor, equivalente a R$ 219,8 bilhões.  

A taxa de ocupação se manteve praticamente estável, em um trimestre que costuma apresentar queda após o Natal. Na Aliansce Sonae, o indicador fechou o mês de março em 96,8%, enquanto no Iguatemi encerrou em 92,7%. A Multiplan não revelou a informação em seu balanço. 

Avanços nos resultados financeiros

O Iguatemi apresentou o maior crescimento na métrica de EBITDA ajustado, equivalente a 31,1%, para R$ 198,9 milhões. A Multiplan registrou alta de 21,1%, para R$ 358 milhões, e a Aliansce Sonae aumento de 9,1%, para R$ 443,5 milhões. 

A receita líquida das empresas também aumentou, variando de 9,2% a mais na Aliansce Sonae, para um total de R$ 607,5 milhões, até 23% a mais no Iguatemi, para um total de R$ 286,5 milhões. 

Métricas como NOI (Resultado Operacional Líquido) e FFO (Fluxo de Caixa Operacional) também melhoraram nas três companhias, com destaque para o Iguatemi, com altas de 36,9% no resultado operacional e de 43,6% no fluxo de caixa no primeiro trimestre. 

Alavancagem

A relação dívida líquida/EBITDA recuou para 1,54x na Multiplan, com um covenant (compromisso de empréstimo) menor em 4x. Para efeito de comparação, em setembro de 2021 a dívida líquida/EBITDA era de 3,36x. Ao final do primeiro trimestre, a dívida líquida da companhia era de R$ 2,07 bilhões. 

Na comparação anual, o Iguatemi também diminuiu sua alavancagem para uma relação dívida líquida/EBITDA de 2,67x. Houve aumento em relação ao trimestre anterior, especialmente para realizar o pagamento da aquisição de 36% do JK Iguatemi, operação fechada em R$ 667 milhões. 

A Aliansce Sonae elevou sua relação dívida líquida/EBITDA para 2,4x, frente a 2,1x no primeiro trimestre do ano passado. O indicador já considera a 7ª emissão de debênture simples, realizada em março, para captação de R$ 612 milhões. 
 
Aliansce Sonae, Iguatemi e Multiplan estão confirmadas no GRI Shopping & Retail 2023. Saiba mais e solicite sua participação.

GRI Shopping & Retail 2023