Tallento explica a importância da engenharia para prevenir desabamentos

Apesar de raros, dependendo do método construtivo, dos materiais e da engenharia utilizados, além da existência ou não de fiscalizações periódicas, desabamentos de prédios ao redor do mundo são uma realidade, como foi o caso da ala nordeste do edifício Champlain Towers, ocorrido no último dia 24 em Miami, na Flórida. 

Devido aos danos estruturais graves que o edifício apresentava, aparentemente a causa do desabamento foi uma infiltração em decorrência do não escoamento da água acumulada na laje de concreto abaixo do deck da piscina, embora essa tese não seja apontada por todos os especialistas, que ainda discutem a respeito.

Hernani Varella, sócio-diretor da Tallento Engenharia, explica que ainda não houve liberação de acesso aos técnicos de engenharia, tendo em vista que a grande preocupação no momento é encontrar os desaparecidos do desastre. 

Entretanto, especulações evidenciam o acúmulo de água no empreendimento e uma possível falta de resistência do concreto nas armaduras expostas, dado que o edifício está localizado em uma região com fenômenos de maresia, furacão, tufão e ventos fortes. 

“Uma fatalidade dessa acontece somente se houver algum erro de projeto, execução, manutenção, conservação ou uso de material inadequado. Em todas as hipóteses, são problemas de engenharia”, esclarece o sócio-diretor da Tallento.

Fiscalização

Legalmente, Varella destaca a existência de um código de obras segundo o qual as construtoras têm responsabilidade sobre a obra por um certo período de tempo, geralmente até cinco anos após a entrega do empreendimento. “Além disso, quando ocorre um problema, o síndico é responsabilizado civil e criminalmente, o que demonstra o enorme compromisso dessa figura com o condomínio”, complementa o executivo. 

É imprescindível que o síndico esteja sempre atento à estrutura do prédio, como em relação a vazamentos e trincas nos pilares de concreto. Além disso, quando determinado apartamento entra em reforma, é necessário que ela seja aprovada no condomínio e acompanhada por um engenheiro, que assina pela responsabilidade técnica dentro do período de garantia.

“Não defendo grandes fiscalizações pelo Estado porque além de inchar a máquina pública, não é possível fiscalizar tudo o que acontece na cidade. Concordo que a responsabilidade civil seja do representante do condomínio e a técnica, do engenheiro”, opina Varella.

Atualmente, no Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas regula a criação e o controle das regras, enquanto os conselhos regionais de engenharia ficam responsáveis pela fiscalização e aplicação das normas, as quais são alteradas conforme ocorre a evolução dos sistemas construtivos e dos materiais, visando sempre aumentar a segurança nos empreendimentos. 

“Existem cálculos que especificam a vida útil do edifício de acordo com o sistema construtivo, que costuma ser, no mínimo, de 50 a 100 anos, mas se a engenharia for aplicada corretamente, utilizando as técnicas e os princípios da construção, considerando os fatores locais e a correta execução e conservação do edifício, a durabilidade não deve ser uma preocupação”, aponta Varella.

Medidas adotadas pela Tallento Engenharia

O sócio-diretor da Tallento explica a grande atenção por parte da empresa com a qualidade, o custo e o prazo dos projetos, visando sempre eficiência e segurança. “Possuímos um controle de indicadores que mede se estrutura, fundação, elétrica, hidráulica, vedação e acústica atendem às exigências técnicas, legais e econômicas necessárias”, comenta. 

“Os serviços de gerenciamento são muito importantes hoje no Brasil, pois asseguram ao investidor que o seu dinheiro está sendo bem aplicado e que não haverá problemas no futuro”, finaliza Varella.

Por Henrique Cisman e Julia Martini