Termômetro GRI/Brain: residencial e logístico seguem como favoritos do setor
Mais de 70% das empresas dizem que vão fazer novos investimentos
O mais recente Termômetro GRI, realizado em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, mostra que as preferências no mercado imobiliário continuam voltadas aos projetos residenciais e logísticos, em virtude do panorama de maior acesso ao crédito imobiliário - apesar das recentes altas de juros - e elevada demanda ocasionada pelo crescimento do comércio eletrônico.
A pesquisa foi realizada em dezembro e divulgada esta semana (confira a apresentação completa neste link), e ouviu centenas de executivos atuantes em todos os segmentos imobiliários no Brasil. O mercado residencial foi apontado por 60% como aquele que oferece as melhores oportunidades; já o setor logístico foi escolhido por 54%, mas o percentual cai para 18% quando considerada apenas a primeira escolha.
Na sequência, aparecem os loteamentos (41%), escritórios (22%), shopping centers (16%) e hotéis (10%), sempre considerando as duas primeiras opções dos executivos. Apesar do número tímido dos três últimos segmentos, houve um avanço em relação ao registrado em pesquisas anteriores, o que se explica pelo avanço da vacinação e um consequente retorno gradual das atividades presenciais.
Expectativas no setor contrastam com leitura econômica
Os respondentes do Termômetro GRI estão confiantes com o desempenho do mercado imobiliário: 48% têm expectativas boas ou excelentes, e 39% expectativas regulares. Só 13% esperam resultados ruins. Isso se reflete no nível de atividade: 73% afirmam que vão continuar investindo em novos projetos, enquanto só 2% estão desinvestindo no momento, e outros 25% estão observando.
Já as projeções para a economia não seguem esse otimismo: só 15% acreditam em desempenho melhor ou muito melhor nos próximos 12 meses em relação aos 12 meses precedentes, ao passo que 41% creem que haverá semelhança e 44% indicam que o panorama será pior ou muito pior.
Outros destaques
Quase metade dos executivos mantém a intenção de fazer lançamentos, enquanto 25% estão revendo land bank e ainda não definiram se vão colocar novos projetos no mercado. Somente 3% decidiu cancelar lançamentos por ora.
A inflação setorial tem refletido em aumento no preço dos imóveis. Em relação aos reajustes, 70% subiram os valores de 6% a 15%, e apenas 8% dos participantes afirmam que não conseguiram repassar os custos em seus produtos.
A inadimplência está maior do que a média histórica para 32% das companhias, mas na maioria está apenas um pouco acima. Já para 61%, os níveis estão dentro da normalidade, e apenas 7% registram inadimplência menor no momento.
Por Henrique Cisman