Yuca busca R$ 200 milhões em imóveis para chegar a mil apartamentos sob gestão
Startup tem acelerado a entrada de unidades individuais de 1 e 2 dormitórios no portfólio
Uma das principais proprietárias e operadoras de apartamentos para locação em São Paulo, a Yuca tem planos para expandir o portfólio nos próximos meses, com a projeção de bater mil unidades sob gestão na capital paulista até meados de 2022 - hoje, são 600 apartamentos administrados. Para isso, a startup tem previsto um volume próximo a R$ 200 MM em ativos para serem incorporados à operação dentro desse período.
A informação foi compartilhada com o GRI pelo co-fundador da companhia, Paulo Bichucher. Inicialmente voltada a oferecer colivings, a Yuca aposta agora na diversificação da carteira e vai adquirir apartamentos individuais de 1 e 2 dormitórios neste processo de expansão, mantendo o foco em jovens profissionais de todas as faixas de renda.
“A estratégia é sempre o residencial para renda, mas não no que a gente chama de upscale, ou seja, sem querer competir no mercado de luxo, que são aluguéis acima de R$ 7 mil mensais, e sim em busca do jovem profissional de renda alta, média e baixa”, explica Bichucher.
Para alcançar a marca de mil apartamentos, a startup vai realizar diversas captações em paralelo, conforme conta o CFO, Mateus Chueire: “As captações terão momentos diferentes de fechamento. Ainda em 2021, queremos concluir uma em meados de novembro e mais duas em dezembro. Já para o primeiro trimestre de 2022, temos planejado duas operações adicionais”.
Diversificação do portfólio
O foco inicial da startup em coliving agora faz parte de uma estratégia diversificada: pelo menos um terço dos apartamentos sob gestão já é de imóveis individuais, e a meta é inverter a porcentagem no primeiro semestre de 2022, segundo Bichucher. “A gente deve virar isso já nos próximos meses e, dentro das unidades individuais, já teremos alguns apartamentos de 2 dormitórios”.
Assim como havia uma grande disponibilidade de imóveis grandes e com vários quartos quando a Yuca foi criada, o movimento para uma carteira mais voltada a unidades individuais é baseado nas oportunidades que se apresentam: “Já estava nos planos, mas a pandemia acelerou esse processo e a gente começou a ver muita oportunidade de aquisição que fazia sentido financeiramente”, afirma o co-fundador da empresa.
Dentre os novos prédios e respectivos apartamentos no pipeline, cerca de 80% serão individuais, revela Chueire; o que não vai mudar é o olhar estratégico para a localização das unidades: “Continuamos focados em regiões disputadas de São Paulo, como Pinheiros, Jardins, Itaim e Vila Olímpia, mas vamos expandir. Estamos olhando novas regiões para atendermos mais pessoas em busca de moradia de qualidade”.
Como parte da estratégia ESG, a Yuca também deve focar em endereços situados nas proximidades de estações de metrô, mas em bairros que até então não foram explorados pela empresa, completa o CFO: “Tem um projeto no Belenzinho, muito próximo ao metrô, que teve muita procura nos apartamentos individuais. Temos olhado apartamentos com tickets menores em regiões mais afastadas, mas que são próximos ao transporte público”.
Sair de São Paulo está nos planos?
Sim e não, segundo os executivos. “A gente quer consolidar nossa posição em São Paulo, pois ainda tem muito espaço para crescer. São Paulo representa praticamente a quantidade somada de empregos gerados em todas as outras capitais brasileiras, e como nosso foco são jovens profissionais, ainda há muita oportunidade e demanda a ser atendida”, explica Chueire.
Se é improvável um voo mais longo nos próximos 12 meses, depois deste prazo outros mercados chamam a atenção da companhia: “Temos interesse em avançar para outras regiões e capitais pelo Brasil, e está nos nossos planos atuar fora do país”, completam os executivos.
Por Henrique Cisman