Cresce investimento privado em infraestrutura, mas déficit fiscal preocupa
Modelos de concessões e PPPs diminuem gap no setor; panorama macroeconômico pode frear investimentos
9 de janeiro de 2025Infraestrutura
Por Henrique Cisman
Mais de 400 executivos seniores se reuniram em São Paulo para dois dias inteiros de reuniões focadas no desenvolvimento da infraestrutura e energia no Brasil. Autoridades públicas, como o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, marcaram presença, além de líderes das principais concessionárias de serviços no país. Além de indicar as oportunidades em segmentos como transportes, saneamento básico e energia, o encontro colocou em pauta questões transversais.
As cifras alocadas em projetos de infraestrutura estão aumentando ano após ano graças à maior quantidade de bons projetos estruturados por entes públicos para concessão à iniciativa privada. Em 2023, os investimentos cresceram cerca de 20% na comparação anual, e uma nova subida deve ser observada em 2024, segundo economistas presentes, com um pipeline estimado em R$300 bilhões.
Nota-se uma mudança gradual de mentalidade e um esforço do governo federal para atrair capital estrangeiro, como a criação da Brazilian Investment Platform, que visa centralizar grandes projetos de infraestrutura e transição climática, já somando 10 bilhões de dólares. Esse movimento vem na esteira de outros atrativos do país, como a matriz energética renovável e a existência de recursos naturais abundantes.
Porém, para que o cenário continue melhorando, é imprescindível que haja uma correção de rota nos gastos públicos. Os executivos presentes apontam a necessidade de reformas estruturais - como foi feito com a Previdência há alguns anos - e credibilidade fiscal, essenciais para que haja juros mais baixos e para conquistar a confiança dos investidores.
Em dezembro, o déficit nominal do Brasil foi equivalente a 9,5% do PIB (R$1,09 trilhão), em trajetória contínua de crescimento - o país encerrou 2023 com um déficit nominal de R$249,1 bilhões. A relação dívida/PIB, que vinha em trajetória de queda pós-pandemia até 2022, também voltou a subir, e a projeção é que tenha encerrado 2024 em 80%, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.
Segundo os especialistas, a curva dos juros no longo prazo continua “abrindo”, o que significa que o mercado financeiro projeta juros ainda mais elevados no futuro. A volatilidade cambial também preocupa - o valor do dólar frente ao real bateu recorde nominal em dezembro, superando os R$6.
Além das incertezas macroeconômicas, este relatório exclusivo baseado nas reuniões do Brazil GRI Infra & Energy traz insights sobre o olhar do investidor estrangeiro para o país, as medidas para mitigar os impactos de eventos climáticos extremos e a aplicação de soluções consensuais em contratos de infraestrutura quando há conflito entre a concessionária e o poder concedente. Clique aqui ou no banner abaixo para ler na íntegra.
Mais de 400 executivos seniores se reuniram em São Paulo para dois dias inteiros de reuniões focadas no desenvolvimento da infraestrutura e energia no Brasil. Autoridades públicas, como o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, marcaram presença, além de líderes das principais concessionárias de serviços no país. Além de indicar as oportunidades em segmentos como transportes, saneamento básico e energia, o encontro colocou em pauta questões transversais.
As cifras alocadas em projetos de infraestrutura estão aumentando ano após ano graças à maior quantidade de bons projetos estruturados por entes públicos para concessão à iniciativa privada. Em 2023, os investimentos cresceram cerca de 20% na comparação anual, e uma nova subida deve ser observada em 2024, segundo economistas presentes, com um pipeline estimado em R$300 bilhões.
Nota-se uma mudança gradual de mentalidade e um esforço do governo federal para atrair capital estrangeiro, como a criação da Brazilian Investment Platform, que visa centralizar grandes projetos de infraestrutura e transição climática, já somando 10 bilhões de dólares. Esse movimento vem na esteira de outros atrativos do país, como a matriz energética renovável e a existência de recursos naturais abundantes.
Porém, para que o cenário continue melhorando, é imprescindível que haja uma correção de rota nos gastos públicos. Os executivos presentes apontam a necessidade de reformas estruturais - como foi feito com a Previdência há alguns anos - e credibilidade fiscal, essenciais para que haja juros mais baixos e para conquistar a confiança dos investidores.
Em dezembro, o déficit nominal do Brasil foi equivalente a 9,5% do PIB (R$1,09 trilhão), em trajetória contínua de crescimento - o país encerrou 2023 com um déficit nominal de R$249,1 bilhões. A relação dívida/PIB, que vinha em trajetória de queda pós-pandemia até 2022, também voltou a subir, e a projeção é que tenha encerrado 2024 em 80%, segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.
Segundo os especialistas, a curva dos juros no longo prazo continua “abrindo”, o que significa que o mercado financeiro projeta juros ainda mais elevados no futuro. A volatilidade cambial também preocupa - o valor do dólar frente ao real bateu recorde nominal em dezembro, superando os R$6.
Além das incertezas macroeconômicas, este relatório exclusivo baseado nas reuniões do Brazil GRI Infra & Energy traz insights sobre o olhar do investidor estrangeiro para o país, as medidas para mitigar os impactos de eventos climáticos extremos e a aplicação de soluções consensuais em contratos de infraestrutura quando há conflito entre a concessionária e o poder concedente. Clique aqui ou no banner abaixo para ler na íntegra.