
BNDES acelera projetos para preparar cidades aos desafios climáticos e urbanos
Flavio Papelbaum detalha ao GRI Club os planos do banco para impulsionar a requalificação urbana e resiliência climática
11 de março de 2025Mercado Imobiliário
Por Júlia Ribeiro
Parceiro estratégico do mercado imobiliário na requalificação urbana e valorização de ativos públicos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está expandindo seu foco para 2025, colocando a resiliência climática no centro de sua estratégia para fortalecer não somente os centros urbanos, mas a resiliência das cidades aos eventos climáticos extremos.
Em entrevista ao GRI Club, Flavio Papelbaum, líder do Departamento de Soluções Imobiliárias e Requalificação Urbana do banco, onde atua há 15 anos, destaca que essa será uma das principais diretrizes daqui para frente: preparar as cidades para os desafios climáticos e impulsionar investimentos na requalificação dos espaços urbanos.
"Nossa missão é tirar os centros urbanos do estado de degradação, requalificá-los e tornar as cidades mais resilientes aos eventos climáticos extremos. Esse processo valoriza tanto a cidade quanto o mercado imobiliário."
Ele afirma que esses eventos, como as enchentes do Rio Grande do Sul em abril de 2024, se tornarão cada vez mais frequentes e é essencial que os projetos sejam pensados sob essa perspectiva. Como parte da abordagem, o banco assinou recentemente um acordo com o governo do estado gaúcho para estruturar um plano estratégico de resiliência climática de médio e longo prazo para a região hidrográfica do rio Guaíba.
O objetivo é estudar e levar ao poder público soluções que protejam a região de desastres futuros, integrando planejamento urbano com investimentos públicos e privados. A partir desse projeto, a ideia é replicar o modelo em outras regiões do país. "A adaptação climática passa a ser uma prioridade central. Projetos de infraestrutura urbana que levem em conta esses desafios serão fundamentais para a segurança das cidades e para os investimentos imobiliários nelas inseridos", enfatiza Papelbaum.
Além disso, o BNDES segue ampliando seus esforços para viabilizar a valorização de ativos imobiliários do setor público. Entre os projetos em andamento, destacam-se parcerias com universidades federais para otimizar o uso de imóveis em grandes centros urbanos, como são os casos de UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e UnB (Universidade de Brasília).
“A UFRJ detém cerca de 15% do Edifício Ventura, um dos principais prédios do Rio de Janeiro, e possui o mandato para trocar suas lajes no prédio por infraestruturas acadêmicas no campus da Cidade Universitária. Em Brasília, a universidade também conta com dois terrenos estratégicos: um voltado para hotelaria e outro com um mix de tipologias, ambos com potencial para permutas vantajosas”.
Há também o caso da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), onde o banco está estruturando a concessão da antiga sede da Sudene para um investidor que viabilize seu retrofit visando a futura exploração econômica do ativo.
Além das universidades, o BNDES também atua na concessão de ativos das Forças Armadas, incluindo um terreno localizado no Porto de Santos e outro na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, com potencial para um centro logístico e um empreendimento habitacional.
Garantir a atratividade desses projetos para investidores é um dos desafios do banco. Segundo Flavio Papelbaum, contratos bem estruturados, regras claras e modelos de concessão com matriz de risco equilibrada são fundamentais para torná-los competitivos.
Entre as soluções desenvolvidas, destaca-se a previsão de contrapartidas "in natura", que consistem na entrega de infraestruturas para a administração pública. O executivo ressalta que os contratos estabelecem diretrizes objetivas para a condução das obras e a transferência dos ativos, além de uma matriz de risco equilibrada que traz previsibilidade.
"Temos ativos que eram operacionais, mas hoje se tornaram cicatrizes dentro do tecido urbano. Precisamos transformá-los em oportunidades de investimento. Nosso papel é criar projetos de qualidade e engajar o poder público para que os investidores tenham segurança em aportar capital, mesmo em cenários desafiadores.", finaliza.
Parceiro estratégico do mercado imobiliário na requalificação urbana e valorização de ativos públicos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está expandindo seu foco para 2025, colocando a resiliência climática no centro de sua estratégia para fortalecer não somente os centros urbanos, mas a resiliência das cidades aos eventos climáticos extremos.
Em entrevista ao GRI Club, Flavio Papelbaum, líder do Departamento de Soluções Imobiliárias e Requalificação Urbana do banco, onde atua há 15 anos, destaca que essa será uma das principais diretrizes daqui para frente: preparar as cidades para os desafios climáticos e impulsionar investimentos na requalificação dos espaços urbanos.
"Nossa missão é tirar os centros urbanos do estado de degradação, requalificá-los e tornar as cidades mais resilientes aos eventos climáticos extremos. Esse processo valoriza tanto a cidade quanto o mercado imobiliário."
Ele afirma que esses eventos, como as enchentes do Rio Grande do Sul em abril de 2024, se tornarão cada vez mais frequentes e é essencial que os projetos sejam pensados sob essa perspectiva. Como parte da abordagem, o banco assinou recentemente um acordo com o governo do estado gaúcho para estruturar um plano estratégico de resiliência climática de médio e longo prazo para a região hidrográfica do rio Guaíba.
O objetivo é estudar e levar ao poder público soluções que protejam a região de desastres futuros, integrando planejamento urbano com investimentos públicos e privados. A partir desse projeto, a ideia é replicar o modelo em outras regiões do país. "A adaptação climática passa a ser uma prioridade central. Projetos de infraestrutura urbana que levem em conta esses desafios serão fundamentais para a segurança das cidades e para os investimentos imobiliários nelas inseridos", enfatiza Papelbaum.

(Créditos: Divulgação/Agência Brasil)
Além disso, o BNDES segue ampliando seus esforços para viabilizar a valorização de ativos imobiliários do setor público. Entre os projetos em andamento, destacam-se parcerias com universidades federais para otimizar o uso de imóveis em grandes centros urbanos, como são os casos de UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e UnB (Universidade de Brasília).
“A UFRJ detém cerca de 15% do Edifício Ventura, um dos principais prédios do Rio de Janeiro, e possui o mandato para trocar suas lajes no prédio por infraestruturas acadêmicas no campus da Cidade Universitária. Em Brasília, a universidade também conta com dois terrenos estratégicos: um voltado para hotelaria e outro com um mix de tipologias, ambos com potencial para permutas vantajosas”.
Há também o caso da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), onde o banco está estruturando a concessão da antiga sede da Sudene para um investidor que viabilize seu retrofit visando a futura exploração econômica do ativo.
Além das universidades, o BNDES também atua na concessão de ativos das Forças Armadas, incluindo um terreno localizado no Porto de Santos e outro na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, com potencial para um centro logístico e um empreendimento habitacional.
Garantir a atratividade desses projetos para investidores é um dos desafios do banco. Segundo Flavio Papelbaum, contratos bem estruturados, regras claras e modelos de concessão com matriz de risco equilibrada são fundamentais para torná-los competitivos.
Entre as soluções desenvolvidas, destaca-se a previsão de contrapartidas "in natura", que consistem na entrega de infraestruturas para a administração pública. O executivo ressalta que os contratos estabelecem diretrizes objetivas para a condução das obras e a transferência dos ativos, além de uma matriz de risco equilibrada que traz previsibilidade.
"Temos ativos que eram operacionais, mas hoje se tornaram cicatrizes dentro do tecido urbano. Precisamos transformá-los em oportunidades de investimento. Nosso papel é criar projetos de qualidade e engajar o poder público para que os investidores tenham segurança em aportar capital, mesmo em cenários desafiadores.", finaliza.